Conheça a Ação Diocesana: É tempo de cuidar

Conheça a Ação Diocesana: É tempo de cuidar

Colaboração: Padre Tiago Wiliam Souza, coordenador diocesano de Pastoral 

No início deste ano nos propomos a construir um Plano Diocesano de Pastoral, onde em comunhão com as diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil e também do Regional Sul IV, iríamos determinar os objetivos e propostas para a Ação Evangelizadora da Diocese de Joaçaba para os próximos 3 anos. O horizonte deste trabalho era a metodologia da CASA, representando as comunidades eclesiais missionárias, que essencialmente se fundamentam em quatro pilares: Palavra – iniciação à vida cristã e animação bíblica da pastoral; Pão – Liturgia e Espiritualidade; Caridade – Serviço a vida plena; Ação Missionária – estado permanente de missão.

No decorrer do processo de construção do Plano Diocesano de Pastoral, fomos surpreendidos pelo advento da pandemia, que nos obrigou a mudar totalmente a nossa forma de organização, devido à necessidade do distanciamento social.

Passados este período, ouvindo os coordenadores das áreas de pastoral de nossa diocese, surgiu a proposta da criação de uma ação pastoral emergencial, ou seja, própria para esse tempo excepcional de pandemia. Onde a Igreja é impelida a ser uma resposta equilibrada e propositiva ao drama que a humanidade vive atualmente. Mesmo de uma forma limitada (pelo distanciamento social), somos constantemente desafiados a manter nossas atividades de evangelização. 

Objetivo:

Anunciar a Boa Nova de Jesus através do Cuidado Pastoral neste tempo de pandemia. 

Fundamentação:

O apóstolo Paulo compreendeu como poucos a missão fundamental de Anunciar o Evangelho, assim, não mediu esforços para que a Boa Nova de Jesus chegasse aos mais diversos povos, nas mais diferentes circunstâncias, tanto, que ele chega a afirmar: “Se eu anuncio o evangelho, isso não é para mim título de glória. É antes uma necessidade que me é imposta. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16).

A existência da Igreja como um todo, fundamenta-se na necessidade do Anúncio do Evangelho. Dessa forma, a ação evangelizadora percorreu os mais diferentes períodos até chegar a nossa realidade. É para evangelizar que existimos enquanto Igreja “Evangelizar foi o motivo da criação do Regional Sul IV da CNBB há 50 anos, e é a fonte de sua maior alegria e a manifestação de sua beleza. A fidelidade a essa vocação recebida do Senhor exigiu, ao longo da sua existência, discernir os sinais da presença e da vontade de Deus em meio às circunstâncias vividas, a fim de ser sinal e instrumento do Reino de Deus para a plenitude da vida.”  

 

Mesmo antes de sermos assolados pela pandemia que afeta de maneira estrutural toda nossa humanidade, à Igreja no Brasil através de suas diretrizes já nos convidava a um anúncio vivo e eficaz. “O tempo atual exige de todos nós a renovação de forças missionárias para bem cumprir a tarefa de anunciar a Palavra de Deus e, assim, promover a paz, superar a violência, construir pontes em lugar de muros, oferecer a misericórdia de Cristo Jesus como remédio para a vingança e reacender a luz da esperança para vencer o desânimo e as indiferenças.”  

Enquanto Diocese de Joaçaba, assumindo nossa missão de anunciadores da Boa Nova de Jesus, queremos nesse momento difícil de nossa sociedade, sermos instrumentos do cuidado colocando nossos esforços e estruturas pastorais a serviço das pessoas, principalmente das que mais sofrem em suas várias dimensões. E, essa dinâmica do cuidado se evidência em três dimensões: pessoal, comunitário, e social.

Através da Ação Pastoral Diocesana queremos fazer de nossa espiritualidade o motor que nos move, anima e impulsiona a servir e cuidar. “A ação evangelizadora nasce da espiritualidade. É um fruto esperado da espiritualidade. De fato, toda a fé é fecunda, todo o amor move, toda a vida expande-se. Assim como o impacto de uma queda de água é tanto maior quanto mais alta é sua proveniência, assim também uma espiritualidade terá tanto mais eficácia evangelizadora quanto mais elevada é a fonte de onde jorra.”  

Mesmo mergulhados em um mundo de incertezas, pois não sabemos até quando a pandemia irá nos afetar, somos estimulados a fazer da espiritualidade cristã a força que nos move e nos faz continuar mesmo com a necessidade do isolamento social. “A Ação Evangelizadora é um seguimento que produz outro seguimento; é uma fé que produz outra fé; é uma vida que gera outra vida. Em relação à espiritualidade, a Ação Evangelizadora é como rio que provem da fonte, o fruto da árvore e a luz diurna do sol.”   

Em tempos em que o isolamento social é sinônimo de cuidado com a vida, queremos fortalecer a dinâmica da Igreja doméstica, que tem na família a principal aliada para o Anúncio do Evangelho. Pois, “A casa, enquanto espaço familiar, foi um dos lugares privilegiados para o encontro e o diálogo de Jesus e seus seguidores com diversas pessoas. Nas casas Ele curava e perdoava os pecados, partilhava a mesa com publicanos e pecadores, refletia sobre assuntos importantes, como jejum, orientava sobre comportamento na comunidade e a importância de se ouvir a Palavra de Deus.”  

Somos assim convidados a viver a Boa Nova de Jesus sob a dinâmica do CUIDADO levando a vida e a esperança do Evangelho onde a realidade do medo, da incerteza e da injustiça tem assolado a vida das pessoas.  

Este cuidado acontece em Três dimensões

Pessoal: um olhar pastoral para a pessoa; espiritualidade, atendimento, aconselhamento, saúde psíquica. Nesse tempo de pandemia, muitas pessoas estão com medo e solitárias, foram privadas do convívio social e por isso sofrem. Somos desafiados enquanto paróquias, pastorais, serviços e movimentos a sermos uma presença amiga e uma voz de esperança. Podemos usar da criatividade e principalmente dos meios digitais, para estarmos presentes na vida destas pessoas, sempre com cuidado e segurança. 

Comunitário: um olhar pastoral para a comunidade de fé; Paróquia, pastorais, serviços e movimentos. Nossa forma de celebrar, nos reunir e organizar foi estruturalmente comprometida pela pandemia. O desafio, portanto, é construir formas alternativas de dar vida as nossas atividades paroquiais e pastorais. Fazer com que o distanciamento social não tire de nós a força que nos estimula a continuar se dedicando aos nossos serviços, cuidando de nossa paróquia e ajudando na sua manutenção, seja pastoral ou economicamente.

Social: um olhar pastoral para a sociedade; a realidade que estamos vivendo principalmente daquelas pessoas que passam por necessidades. A pandemia que vivemos, intensificou muito as dificuldades de sobrevivência das pessoas que viviam em vulnerabilidade social. A realidade da falta de alimentação agasalho e até mesmo moradia pedem de nós um cuidado especial. Enquanto comunidade de fé o desafio é ajudar da melhor maneira possível a minimizar, os efeitos da crise financeira, que vai gerar uma série de consequências, principalmente entre os mais pobres. As pastorais sociais, cumprem nesse sentido, uma missão de fundamental importância.  

Encaminhamentos práticos da Ação Diocesana “É tempo de cuidar”

Dimensão pessoal: 

1) Plantão de atendimento: cada paróquia dinamiza uma equipe com a missão de ouvir, conversar e acompanhar as pessoas de forma online ou por telefone. Exemplo: prestar solidariedade às famílias que perderam entes queridos, felicitar pela passagem de aniversário, etc.. 

2) Atendimento espiritual: os padres procurem realizar atendimento espiritual, confissão, aconselhamento por agendamento em horários diversificados.

Dimensão comunitária: 

1) Cada paróquia procure dinamizar os horários das celebrações para além dos já tradicionais, para que mais pessoas possam participar, mesmo com as medidas de distanciamento social. 

2) Organizar e incentivar a oração nas casas, através do roteiro para a celebração em família disponibilizado pela Diocese.

Dimensão social: 

1) Acompanhar de maneira permanente as situações de vulnerabilidade social de cada realidade paroquial, promovendo ações que ajudem as pessoas com dificuldades de sobrevivência. 

2) Fomentar a articulação das Pastorais Sociais como ação concreta para esse tempo de pandemia.  

A partir dessa dinâmica propomos a Ação Pastoral Diocesana para este ano de 2020, na esperança de que a crise de saúde gerada pela pandemia seja superada o mais breve possível, e com isso, possamos retomar as nossas atividades de planejamento e construção coletiva das atividades pastorais. Cada paróquia, pastoral, serviço ou movimento assume a responsabilidade de fazer acontecer a Ação Evangelizadora Diocesana, levando em consideração as orientações aqui elencadas e também as propostas que surjam de cada realidade paroquial. 

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